Acreditamos que as histórias vividas no passado, ao serem narradas no presente, podem transformar o futuro.
Assim, nosso desejo com este laboratório é potencializar as memórias coletivas e conectar diferentes gerações. Essa troca entre gerações é fundamental para que o saber esteja vivo. Os conhecimentos dos mais velhos, que estão se perdendo, e a relação com as percepções sobre a crise climática atual dos mais jovens, são ferramentas de sobrevivência e luta contra injustiças ambientais.
Através da parceria com as organizações locais Redes da Maré e o Data_Labe, foi possível construir uma proposta piloto do laboratório para o contexto do conjunto de favelas da Maré. A Maré que antigamente era constituída por casas de palafitas, hoje é um dos maiores conjuntos de favela do Brasil e possui mais de 140 mil habitantes. Está localizada entre as três principais vias da cidade do Rio de Janeiro e possui poucas áreas verdes, o que contribui para formação de “ilhas de calor”, que se caracterizam por altas temperaturas e poluição do ar. Esse quadro prejudica a qualidade de vida e impacta de forma negativa na saúde dos seus moradores. Uma das riquezas da Maré é sua história e suas profundas transformações ambientais características da sua geografia.
Foi realizado uma convocatória onde 115 jovens se inscreveram e 13 foram selecionados, dentre eles 6 mulheres e 6 homens, em sua maioria negros, de sete favelas diferentes da Maré, entre 18 e 27 anos, realizadores de projetos, ativistas, artistas, comunicadores e universitários.
Tivemos o desafio de iniciar esse processo durante a pandemia em 2020 e por isso realizamos a maioria das atividades de forma remota e algumas oficinas que demandavam equipamento de forma presencial seguindo os protocolos de segurança contra Covid- 19 estabelecidos pelos órgãos de saúde.
Temas ambientais apresentados a partir da vivência e atuação de convidades de periferias e favelas. Iniciavam com apresentação do tema a partir de uma conexão com a Maré. Depois cada convidado falava 15 minutos, enquanto isso os jovens enviavam comentários ou perguntas através de um link para serem respondidos em seguida.
Três grupos de 4 pessoas e uma facilitadora. Quinzenalmente recebiam convidados também de periferias e favelas para trocar sobre formas de pesquisar e comunicar memórias.
Cada jovem escolheu uma memória ambiental que atravesse sua vida no território para pesquisar e produzir sobre. A cada 15 dias eles recebiam um kit, com ferramentas e dispositivos, indicando uma vivência - uma forma de experimentar narrar pesquisa que estava sendo realizada.
No final do processo cada participante teve sua memória publicada na plataforma em formato de texto, vídeo, colagens e podcasts.
Sabemos o quanto é difícil produzir conteúdos que sejam acessíveis e que falem de um lugar de quem viveu, muitas vezes invisibilizado e subestimado. O público jovem é uma potência de criação e realização de novos fazeres quando conectados com oportunidades. O Lab é uma oportunidade de se conectar com pessoas, saberes e instrumentos diversos, focados em construir sua própria memória ambiental.
Nesse percurso elencamos alguns desafios enquanto processo metodológico:
Os Labs foram feitos para serem replicados em diferentes territórios.
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